sexta-feira, 21 de junho de 2013

Conheça os mitos e as verdades sobre a odontologia na gestação
Durante a gestação surgem uma série de mudanças físicas e fisiológicas. Por este motivo é importante que a mulher cuide também da saúde oral. A informação de que a gravidez deixa os dentes fracos não é verdadeira. A gravidez não é responsável pelo surgimento de cáries ou doenças gengivais, pois não ocorre, como se imagina, a perda de minerais (cálcio e fosfato) dos dentes da mãe para formar os ossos ou os dentes do bebê. Ainda de acordo com o especialista, normalmente, os “dentes de leite” se formam a partir da sexta semana de gestação e os dentes permanentes a partir do quinto mês da vida intrauterina. Por essa razão, o uso de alguns medicamentos ou infecções não tratadas podem ocasionar em problemas na dentição do bebê e não da mãe.
Na realidade, o aumento das cáries nas gestantes pode ocorrer devido a alterações nos hábitos alimentares (uma dieta mais rica em carboidratos e a ingestão de alimentos em intervalos menores) e, principalmente, possibilitando formação da placa bacteriana, placa dental ou biofilme oral sobre os dentes.
Veja abaixo os mitos e as verdades sobre a saúde bucal durante a gravidez:

• Deve-se evitar o uso de antisséptico bucal. 
Verdade. Os antissépticos são produtos químicos que devem sempre ser utilizados sobre a supervisão de um cirurgião-dentista responsável. Durante o chamado período pré-natal, a gestante deve evitar a utilização dos antissépticos, a não ser em casos específicos. Muitos antissépticos possuem álcool em sua formulação e isto pode provocar o ressecamento da mucosa oral.

• As gestantes sempre têm problemas periodontais durante a gravidez. 
Mito. Da mesma forma que a gravidez não causa cáries também não causa problemas periodontais ou inflamação gengival. O tecido de suporte dos dentes é composto pela gengiva, osso e ligamento periodontal. Porém, devido a alterações hormonais, ocorre uma maior vascularização gengival e mudanças na resposta imunológica de defesa durante a gestação. Os tecidos gengivais ficam mais susceptíveis, no entanto o que causa a doença (gengivite ou periodontite) é a placa bacteriana, e não a gravidez.
• A gestante pode realizar tratamento oral. 

Verdade. Porém, o ideal (desde que não exista nenhuma urgência) é que o atendimento ocorra no segundo trimestre da gravidez. Nesta fase a gestante encontra-se em um período de maior estabilidade gestacional, o período de embriogênese, onde ocorre a maior diferenciação, a multiplicação celular já passou (primeiro trimestre) e a data do parto ainda está distante. Os tratamentos odontológicos devem ser bem planejados e alguns cuidados relacionados a certas medicações devem ser observados.
• Higienizar a língua durante a gestação pode causar enjoo. 

Mito. Para manter o hálito puro e saudável, a língua deve ser higienizada, pois é nesta região que as bactérias ficam alojadas. A higienização deve ser feita diariamente com um higienizador ou com escovas.

O acompanhamento e tratamento odontológico são muito importantes durante o período pré-natal, o trabalho em conjunto com médicos, nutricionistas e outros profissionais, em caráter multiprofissional e integral é importante para o desenvolvimento adequado do
bebê e manutenção da saúde da mãe. Existem estudos científicos que demonstram, apesar de não totalmente elucidada ainda, uma relação entre problemas de infecção dos tecidos periodontais (gengiva e tecidos de suporte dos dentes) com problemas de parto prematuro e baixo peso dos bebês ao nascer, portanto, é extremamente importante que o acompanhamento odontológico seja realizado desde o início da gestação.
                                                                 
 
                     Adaptado de CFO (Conselho Federal de Odontologia)